Na manhã da última quarta-feira, 7 de agosto, a Polícia Federal, em colaboração com o Ministério Público do Estado do Piauí, por meio da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ/MPPI), deflagrou a Operação Iscariotes. A operação consistiu na execução de mandado de busca e apreensão em Teresina, visando um promotor de justiça do estado suspeito de exigir vantagem indevida para arquivar uma investigação contra um empresário.
A denúncia foi apresentada à Polícia Federal por uma vítima que relatou, durante o plantão policial, ter sido abordada pelo promotor em um restaurante. O promotor teria dado um prazo curto para que a vítima pagasse uma quantia significativa, sob a ameaça de prosseguir com a investigação.
Dado que o investigado possui prerrogativas funcionais, o fato foi imediatamente comunicado ao Procurador-Geral de Justiça do Estado do Piauí, responsável pela investigação de membros do Ministério Público. O Procurador-Geral solicitou o auxílio da Polícia Federal devido à iminência da entrega do dinheiro.
Após vários dias de diligências, a equipe de investigação confirmou as alegações da vítima e conseguiu registrar a entrega de parte do valor exigido pelo promotor.
Em resposta à representação ministerial, o Tribunal de Justiça do Piauí emitiu um mandado de busca e apreensão contra o promotor investigado.
A investigação, iniciada há apenas uma semana, exigiu um esforço concentrado da Polícia Federal e da PGJ/MPPI devido à gravidade dos fatos.
Se comprovada a prática, o agente público poderá ser responsabilizado pelo crime de concussão, definido como a exigência, direta ou indireta, de vantagem indevida em razão da função pública, ainda que fora do exercício da função.
A denominação da operação, Iscariotes, faz alusão a Judas Iscariotes, simbolizando a traição à confiança depositada pelo Estado e pela instituição, uma vez que o agente, encarregado da fiscalização da lei, teria abusado de sua posição para obter benefício ilícito.