As alegações de que o juiz substituto em segundo grau do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), Hamilton Gomes Carneiro, emitiu sentenças favoráveis a advogados que o representaram em ações anteriores são sérias e exigem uma investigação minuciosa para determinar a veracidade dessas alegações. Se confirmadas, essas ações poderiam levantar questões significativas sobre a imparcialidade do juiz e a integridade do sistema judicial.
De acordo com a denúncia apresentada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pela agropecuarista Elza Jacintho Quirino, Carneiro teria beneficiado Gilberto Jacintho Quirino, irmão de Elza, e o advogado Leandro Almeida de Santana em três processos relacionados à divisão da herança milionária do casal do agronegócio Ignez Jacintho Quirino e Mario Quirino da Silveira.
Santana foi advogado de Carneiro em pelo menos cinco ações nas quais o juiz solicitava indenizações a empresas privadas ou órgãos públicos entre 2018 e 2021.
Além disso, em outubro de 2023, Carneiro homologou a partilha de bens no inventário da família Quirino, julgou improcedentes duas ações movidas por Elza contra o irmão e emitiu sentenças favoráveis a Quirino e Santana durante seu breve período como juiz da 1ª Vara de Sucessões da Comarca de Goiânia.
A agropecuarista argumenta que Carneiro decidiu em favor dos amigos em três ações judiciais enquanto havia um grande número de processos para serem decididos com urgência nas varas em que ele atuava.
A denúncia apresentada ao CNJ pede o afastamento de Carneiro de suas funções, além de solicitar ao TJGO que apresente relatórios sobre os processos pendentes nas varas em que o juiz atuava e quantas sentenças ele emitiu ou despachou durante o período relevante.
Até o momento, o tribunal afirmou não ter conhecimento dos fatos e que os questionamentos devem ser dirigidos diretamente ao magistrado, que não respondeu às perguntas da reportagem até o momento.
Essas alegações levantam preocupações sérias sobre a conduta do juiz Carneiro e exigem uma investigação completa para garantir a integridade do sistema judicial.
Com informações Amo Direito.
