A empresa responsável pela marca Stanley está enfrentando ações judiciais nos Estados Unidos, após tornar público que seus copos contêm chumbo. Alega-se que a empresa não informou adequadamente sobre a presença de materiais tóxicos em seus produtos, resultando em pelo menos três processos judiciais, incluindo um em fevereiro e dois recentes, conforme relatado pelo Huffpost.
O fenômeno ganhou destaque nas redes sociais em janeiro, quando usuários realizaram testes caseiros nos Estados Unidos para detectar metais pesados na composição de certos produtos, incluindo os copos da Stanley. A questão central é se a presença de chumbo nesses copos representa um risco à saúde.
De acordo com um estudo utilizando dados do projeto Global Burden of Disease (GBD), estima-se que a intoxicação por chumbo cause anualmente cerca de 5,5 milhões de mortes de adultos com 25 anos ou mais, principalmente devido a doenças cardiovasculares. O chumbo é conhecido por causar intoxicação e diversos problemas de saúde em contato direto com o ser humano.
A presença do chumbo em diversos produtos e atividades é um desafio para sua eliminação, sendo encontrado em itens como baterias recicladas, tintas, utensílios de metal reciclado, lixo eletrônico, louça e alguns tipos de plástico. Trabalhadores em setores como mineração e garimpo são considerados um grupo de risco.
No Brasil, o Inmetro realizou um levantamento na última década para identificar a presença de chumbo em diversos produtos, constatando avanços na eliminação desse material pesado na indústria. Entretanto, algumas marcas de tintas foram identificadas com teor de chumbo acima do recomendado. Em 2023, a indústria de joias e bijuterias foi avaliada, revelando que 9% dos produtos continham chumbo ou cádmio além do limite estipulado.
A empresa Stanley, em resposta ao GLOBO, confirmou que seus copos contêm chumbo, utilizado para vedar a base do copo. No entanto, alega que o metal está protegido por um revestimento de aço inoxidável que impede o contato direto com o consumidor. A empresa afirma que seus produtos atendem às exigências regulatórias dos EUA e Europa, incluindo a Prop65, e realiza testes para validar a conformidade por meio de laboratórios terceirizados credenciados pela FDA. A empresa assegura que, mesmo em casos extremos, a garantia vitalícia cobre qualquer exposição potencial do selante aos consumidores.