Em recente entrevista, o advogado Carlos Junior abordou questões cruciais para a advocacia, destacando a importância da representatividade e da transparência na gestão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Segundo Junior, seu entusiasmo pela participação plural e pelo fortalecimento das vozes dos advogados, especialmente dos menos favorecidos, é um reflexo direto de sua experiência como advogado atuante.
O advogado, que atua exclusivamente na advocacia privada, enfatizou os desafios enfrentados por profissionais da área que dependem inteiramente dos clientes para sua renda. Ele destacou a dificuldade de lidar com a morosidade no Judiciário e como isso impacta diretamente a prática da advocacia privada, particularmente em situações de urgência como a liberação de alvarás e a necessidade de agilidade em audiências.
Durante a entrevista, Júnior lembrou que, na pandemia, a disparidade entre advogados públicos e privados se acentuou, com os primeiros recebendo salários regulares enquanto os advogados privados enfrentavam dificuldades extremas. Ele relatou uma experiência pessoal em que, como presidente da subseção de Barras, conseguiu judicialmente a permissão para manter os escritórios de advocacia abertos durante o período crítico, um passo que ele considera crucial para a sobrevivência dos advogados que trabalham na linha de frente da justiça.
Em relação às eleições da OAB-PI previstas para novembro de 2024, Junior se posicionou como um possível candidato, comprometido com a defesa da advocacia independente. Ele criticou a estrutura política e financeira que, segundo ele, pode tentar influenciar o resultado das eleições, mas reafirmou sua crença na integridade dos advogados e sua determinação em representar as necessidades dos profissionais da advocacia, especialmente os advogados militantes e jovens que iniciam a carreira.
Júnior defendeu ainda que a OAB deve ser gerida por pessoas que compreendam as dificuldades da advocacia privada, ressaltando que a maioria dos advogados são militantes que lidam diariamente com esses desafios.
Ele também abordou a questão da transparência e da legalidade nos processos eleitorais da OAB. Ele destacou a importância das comissões eleitorais e do Tribunal de Ética em garantir a lisura das eleições e afirmou que sua atuação como conselheiro federal inclui a denúncia de irregularidades, reforçando a necessidade de uma gestão que não apenas evite práticas de compra de votos, mas que também assegure a efetiva defesa dos direitos dos advogados.