
O Senado Federal será palco de um dos eventos diplomáticos mais relevantes de 2025: o XI Fórum Parlamentar do Brics. Marcado para ocorrer entre os dias 3 e 5 de junho, o encontro deve reunir representantes de 31 casas legislativas e cerca de 150 parlamentares de diversos países, consolidando o papel do Brasil na articulação política entre nações do chamado “sul global”. As sessões serão realizadas no Plenário da Casa Legislativa.
O Brasil, que atualmente exerce a presidência rotativa do Brics, conduz o bloco sob o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”. Entre os principais temas que norteiam o mandato brasileiro estão a cooperação em saúde global, o comércio internacional, as mudanças climáticas, a governança da inteligência artificial, a reforma do sistema multilateral de paz e segurança, além do desenvolvimento institucional do próprio grupo.
O Brics é formado por dez países: África do Sul, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Índia, Indonésia, Irã e Rússia. Além dos membros permanentes, o bloco conta com nove países parceiros, que participam das discussões mediante convite e consenso entre os membros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão. A Arábia Saudita foi aceita como membro pleno, mas ainda não formalizou sua adesão.
Criado formalmente em 2009, o grupo surgiu a partir da sigla “BRIC”, cunhada pelo economista britânico Jim O’Neill em 2001, que inicialmente reunia Brasil, Rússia, Índia e China. A África do Sul foi incorporada em 2010, dando origem ao “S” da sigla atual. Desde então, o bloco vem ampliando sua influência geopolítica e econômica.
Esta será a segunda vez que o Brasil sedia o fórum parlamentar do bloco, mas a primeira em território nacional — a edição anterior com presidência brasileira ocorreu em Belgrado, em 2019. Já a cidade do Rio de Janeiro sediará, nos dias 6 e 7 de julho, a 17ª Reunião de Cúpula do Brics, reunindo os chefes de Estado e de governo dos países membros.
A programação preliminar do evento em Brasília prevê, para o dia 3 de junho, reuniões específicas entre mulheres parlamentares e presidentes das comissões de Relações Exteriores. O dia 4 será dedicado à cerimônia de abertura e às sessões de trabalho do Fórum, seguidas por uma recepção oficial. As atividades continuam no dia 5, com novos debates entre os parlamentares. A expectativa é de que o evento fortaleça o diálogo legislativo internacional e contribua para a construção de políticas multilaterais voltadas ao desenvolvimento sustentável e à inclusão global.