As Nações Unidas estão em processo de retirar quase 13 mil soldados que compõem a missão de estabilização no Mali, devido a uma exigência da junta militar do país. O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que essa operação é “sem precedentes”.
O enviado especial da ONU para o Mali, El-Ghassim Wane, apresentou os detalhes da operação ao Comitê das Nações Unidas em 28 de agosto. Os 12.947 soldados da paz e a polícia da Missão de Estabilização Multidimensional Integrada das Nações Unidas no Mali (MINUSMA) estão programados para retornar às suas casas. Além disso, os 12 campos e uma base temporária da missão devem ser entregues ao governo local, e 1.786 funcionários civis deverão ser dispensados até 31 de dezembro, conforme exigido pelo Governo do Mali.
Em uma carta distribuída aos membros do Conselho de Segurança da ONU, António Guterres mencionou que o “cronograma, o escopo e a complexidade” da retirada da missão são inéditos. Ele enfatizou que o vasto território do Mali, a natureza hostil de certas regiões e as condições climáticas tornam a retirada em um prazo de seis meses extremamente desafiadora.
O secretário-geral também observou que a logística envolvida na movimentação de tropas e equipamentos é ainda mais restrita devido à presença de “grupos armados terroristas” e à recente tomada do poder por uma junta militar no país vizinho, o Níger.