O grupo Brics, composto atualmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, anunciou um processo de expansão durante a 15ª cúpula do bloco, realizada em Joanesburgo. A Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito, Irã e Etiópia foram convidados a ingressar no grupo como membros plenos a partir de 1º de janeiro de 2024.
Embora o termo “convite” seja utilizado, isso se refere a uma formalidade técnica, uma vez que esses países já haviam demonstrado interesse em ingressar no Brics. A expansão do Brics era esperada e se tornou o principal tema da cúpula.
A iniciativa de expansão era liderada principalmente pela China e, em menor grau, pela Rússia. Analistas acreditam que essa expansão visa reduzir o isolamento desses países em relação aos Estados Unidos e à Europa Ocidental.
O Brasil inicialmente defendia critérios claros para a adesão, mas essa posição mudou ao longo das negociações. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu publicamente a entrada de alguns dos países agora convidados, como a Argentina e Emirados Árabes Unidos.
O processo de expansão envolveu meses de negociação e discussões durante a cúpula em Joanesburgo. O Brasil buscou incluir uma menção à sua pretensão de integrar o Conselho de Segurança da ONU na declaração final da cúpula, um tema sensível para os chineses, que são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
Embora a menção na declaração final seja vaga, a inclusão da pretensão brasileira é vista como uma vitória diante da histórica resistência da China em relação ao assunto.
Essa expansão do Brics tem implicações significativas para a dinâmica geopolítica e econômica global, à medida que o grupo busca fortalecer sua posição no cenário internacional. A entrada desses novos membros ampliará ainda mais a influência do bloco no cenário internacional.
Essa decisão também ressalta a importância dos Brics como um fórum para a cooperação entre países emergentes e em desenvolvimento em questões econômicas e políticas globais.