A cidade de Teresina, nos últimos tempos, tem sido reconhecida como uma das capitais de clima árido no Nordeste do Brasil e, por extensão, no país. Tal reputação é frequentemente exagerada, inclusive com referências a Teresina como a cidade mais quente do planeta, o que, embora exagerado, suscita preocupações pertinentes sobre o futuro da cidade. Essas inquietações derivam, em parte, da expansão horizontal e vertical da cidade, marcada por sucessivas construções diversas.
Em épocas passadas, Teresina foi apelidada de “cidade verde” devido às extensas áreas arborizadas que a caracterizavam. Contudo, essa designação perdeu relevância com o tempo, cedendo lugar a outra capital nordestina. A diminuição da cobertura arbórea na cidade é evidenciada pelas condições climáticas extremas, com temperaturas superiores a 42°C, exigindo atenção imediata.
Recentemente, um vídeo registrado pelo médico Paulo Marcio na Avenida Frei Serafim revelou uma temperatura de 42.2°C, contrastando significativamente com uma avenida arborizada na zona norte, que registrou 35°C. A diferença destaca a necessidade de um replantio efetivo de árvores, especialmente nas áreas urbanas mais críticas.
O problema em questão requer uma reflexão séria sobre a habitabilidade futura da capital, considerando o crescimento acelerado de infraestruturas urbanas. A responsabilidade recai nos poderes públicos estaduais e municipais, somando-se à necessidade de envolvimento da população na promoção do plantio de árvores, dada a omissão e a ineficácia dos órgãos públicos.
É crucial conscientizar-se de que o crescimento e o progresso trazem desafios negativos, exigindo ações imediatas. A umidade do ar baixa, característica climática da cidade, pode ser mitigada pelo plantio de árvores, essenciais para preservar o meio ambiente e a qualidade de vida dos habitantes.
Globalmente, a expansão populacional, a exploração ilegal da madeira, a expansão agrícola e o agro-negócio contribuem para vastas áreas devastadas. O replantio de árvores deve ser executado sem demora, afastando considerações ideológicas e políticas, dada a complexidade e a lentidão do processo.
A gestão adequada da arborização urbana, realizada por especialistas conhecidos como “gestores de arborização”, é crucial para selecionar espécies que se adaptem ao solo local. Em Teresina, a arborização urbana deve ser prioridade governamental, representando um investimento relativamente baixo em comparação com outros projetos governamentais.
É imperativo que os líderes políticos reconsiderem profundamente a questão climática em Teresina, reconhecendo sua crescente notoriedade no cenário nacional, e abordem esses desafios ambientais de maneira proativa.
Fonte: TJPI