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Banco do BRICS em atividade e a Ex-presidente brasileira em destaque na liderança do órgão

O Banco de Desenvolvimento do Brics encerrou com sucesso o leilão de títulos em rands sul-africanos, respondendo à pressão para ampliar captação local. Demandou interesse significativo.

O Banco de Desenvolvimento do Novo (NDB), uma instituição criada pelos países que compõem o grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), anunciou com sucesso o encerramento do leilão de seus primeiros títulos denominados em rands sul-africanos, a moeda local da África do Sul.

Neste momento, a instituição financeira enfrenta uma crescente pressão para ampliar sua captação de recursos e aumentar a concessão de empréstimos na moeda local do país anfitrião.

A operação de emissão de títulos compreendeu dois instrumentos financeiros, ambos emitidos pelo banco dos Brics: um de prazo mais longo, com maturidade em cinco anos, no montante de 1 bilhão de rands (equivalente a cerca de R$ 260 milhões), e outro de prazo mais curto, com vencimento em três anos e um valor total de 500 milhões de rands (aproximadamente R$ 130 milhões). Este leilão atraiu uma demanda significativa, totalizando 2,67 bilhões de rands (equivalente a R$ 700 milhões) por parte dos investidores.

O Ministro das Finanças da África do Sul expressou sua preocupação de que o NDB, criado com o propósito de dar aos países membros do Brics maior controle sobre o financiamento de projetos de desenvolvimento, não estivesse concedendo empréstimos em moeda local em quantidade suficiente. Essa declaração foi feita durante uma entrevista à Reuters antes da cúpula do grupo, que está programada para ocorrer em Johanesburgo entre os dias 22 e 24 de agosto. Até o momento, o NDB não emitiu comentários sobre o resultado do leilão de títulos.

A diretora financeira do NDB, Leslie Maasdorp, compartilhou em uma recente entrevista à Reuters que o banco tem a intenção de elevar a parcela de seus empréstimos denominados em moeda local, que até agora tem sido predominantemente em yuan chinês, de cerca de 22% para 30% até o ano de 2026. No entanto, Maasdorp enfatizou que existem limites para a desdolarização.

O mercado de títulos sul-africanos tem enfrentado dificuldades nos últimos anos para atrair novos emissores, apesar da crescente demanda por parte de investidores locais em busca de ativos de crédito de alta qualidade.