
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, se manifestou contra as críticas feitas pela revista britânica The Economist, que questionou a atuação da Corte brasileira e, especialmente, a conduta do ministro Alexandre de Moraes. Em resposta oficial publicada no site do STF, Barroso defendeu o papel do Judiciário na contenção de ataques à democracia e rebateu a narrativa de que o Supremo concentra poder em excesso.
A revista havia publicado um editorial com críticas ao que classificou como protagonismo excessivo do STF, mencionando decisões monocráticas e sugerindo que Moraes se tornou uma figura com influência desproporcional no cenário político brasileiro. Para Barroso, a publicação desconsiderou o contexto em que essas decisões ocorreram, omitindo episódios que colocaram a ordem democrática em risco, como a invasão às sedes dos Três Poderes em 2023, planos de atentado e tentativas de golpe de Estado.
Na avaliação do ministro, a atuação firme e independente do Supremo foi essencial para preservar a estabilidade institucional e garantir a continuidade do regime democrático. Ele destacou que todas as decisões relacionadas à remoção de conteúdo e suspensão de plataformas foram fundamentadas juridicamente e confirmadas pelo colegiado, inclusive nos casos mais polêmicos envolvendo redes sociais.
Além da resposta ao editorial britânico, Barroso também comentou as críticas publicadas em editoriais do jornal O Estado de S. Paulo, que apontaram suposto “afã por holofotes” por parte da Corte. O ministro reafirmou que todas as sessões do STF são públicas, transmitidas ao vivo, e que a atuação da Corte está em plena conformidade com a Constituição Federal. Ele também reiterou que a legitimidade da Corte não se confunde com popularidade e que o STF tem cumprido seu dever de proteger os direitos fundamentais, mesmo diante de impopularidade momentânea.
Em apoio à Corte, o Grupo Prerrogativas divulgou nota pública ressaltando que a atuação do Supremo — e especialmente do ministro Alexandre de Moraes — foi decisiva para garantir a normalidade das eleições de 2022 e conter as ações golpistas que se intensificaram no governo anterior. O grupo também defendeu a legalidade e fundamentação das decisões tomadas durante esse período.
Para Barroso, as críticas que ignoram a gravidade dos ataques à democracia ou que deslegitimam a atuação da Corte servem, muitas vezes, como eco de discursos antidemocráticos. Ele finalizou afirmando que, embora não seja possível agradar a todos, o STF seguirá firme em sua missão de aplicar a Constituição e proteger os direitos de todos os brasileiros.