Celso Amorim, chefe da assessoria especial da Presidência da República, destacou nesta que a visita da delegação do Partido Democrata dos Estados Unidos ao Brasil abre caminhos para estabelecer um “mecanismo de diálogo” entre o Brasil e os congressistas norte-americanos. Segundo Amorim, a iniciativa partiu dos próprios membros da delegação, que se reuniram em Brasília durante a manhã.
A comitiva americana incluiu figuras proeminentes do Partido Democrata, como Alexandria Ocasio-Cortez, Joaquin Castro, Nydia Velázquez, Greg Casar e Maxwell Frost, juntamente com Misty Rebik, chefe de gabinete do senador Bernie Sanders. Durante a reunião, as afinidades e divergências entre os dois países foram discutidas. Entre as divergências, Amorim enfatizou sua crítica às sanções impostas à Venezuela e a Cuba, destacando que essas medidas prejudicam toda a América Latina.
Amorim também abordou a questão do comércio internacional, observando que as relações comerciais do Brasil com a China e a União Europeia impedem uma total concordância com os Estados Unidos, mas há espaço para o diálogo. Além disso, ele reiterou a importância do apoio dos EUA ao sistema eleitoral brasileiro nas eleições presidenciais de 2022.
O ex-chanceler ressaltou a necessidade de cooperação em questões relacionadas à equidade de gênero e raça e revelou que o Brasil está trabalhando em conjunto com o governo dos Estados Unidos em estudos sobre empregos na economia tecnológica.
A delegação de congressistas americanos do Partido Democrata realizou uma série de reuniões no Brasil, patrocinada pelo Centro de Pesquisa Econômica e Política (CEPR). O objetivo da viagem foi aprender sobre os esforços do Brasil em defesa da democracia, transição verde e direitos sociais, como saúde, moradia e segurança alimentar. Após a visita ao Brasil, os congressistas têm planos de agenda no Chile e na Colômbia, buscando estabelecer laços duradouros entre os países.