Nota | Constitucional

Advogada Denuncia assédio em procedimento de segurança na papuda

Uma advogada formalizou uma denúncia após alegar ter sofrido assédio por parte de um policial penal no Complexo Penitenciário da Papuda. O incidente ocorreu durante sua visita agendada a um cliente detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) 2, na última terça-feira (16/01). A denunciante, ao passar pelo detector de metais, teve a presença de …

Foto reprodução: Freepink.

Uma advogada formalizou uma denúncia após alegar ter sofrido assédio por parte de um policial penal no Complexo Penitenciário da Papuda. O incidente ocorreu durante sua visita agendada a um cliente detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) 2, na última terça-feira (16/01).

A denunciante, ao passar pelo detector de metais, teve a presença de metal na região dos seios indicada pelo equipamento. Um dos agentes informou que ela somente teria permissão para entrar se retirasse o sutiã. Na ocasião, apenas dois policiais masculinos e uma estagiária estavam presentes na entrada do CDP 2.

Após o primeiro agente liberá-la, considerando que o detector identificara apenas um dos aros do sutiã, o segundo policial discordou e ordenou que ela removesse a peça íntima para continuar. A advogada, percebendo uma conotação sexual na solicitação, concordou em passar pelo scanner corporal sem o sutiã, contanto que uma policial feminina a acompanhasse.

O segundo agente concordou em verificar a possibilidade de uma policial conduzir a revista, conforme registrado no boletim de ocorrência, mas não garantiu o cumprimento do compromisso agendado com o cliente. Sem a presença de uma policial até o horário marcado, a advogada recusou-se a retirar o sutiã, resultando na ausência de atendimento ao preso.

Durante a situação, alega-se que houve uma discussão entre os dois, com ameaças por parte do servidor de levá-la à prisão, afirmando que os policiais detêm o controle na instituição, conforme relatado na denúncia.

Sentindo-se constrangida no exercício de sua profissão, a advogada registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) contra o agente. Ela destaca a falta de regras específicas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para casos relacionados à vestimenta.

A OAB-DF repudiou o tratamento dispensado à advogada, classificando a atuação do servidor público como lamentável e truculenta. A instituição demanda uma investigação rigorosa pelos órgãos de controle da Secretaria de Administração Penitenciária e, eventualmente, pelo Ministério Público. Após os fatos serem certificados, a Comissão de Prerrogativas da OAB-DF enviou uma representação à Seape (Secretaria de Administração Penitenciária).

A Secretaria comunicou não ter sido formalmente notificada sobre o ocorrido pela advogada, mas assegurou a instauração imediata de procedimento administrativo em casos de desvio de conduta de agentes para investigação dos fatos e conduta dos policiais.

Fonte: Direito News.