
A Polícia Federal está conduzindo uma investigação sobre um suposto esquema de corrupção no Superior Tribunal de Justiça (STJ), envolvendo assessores de ministros que teriam recebido propina em troca de informações sigilosas. As suspeitas surgiram após o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) identificar mensagens comprometedoras no celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em setembro de 2023.
De acordo com as investigações, Zampieri e o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves são apontados como articuladores do esquema, que incluía o repasse de informações privilegiadas e a entrega de dinheiro em espécie a servidores do tribunal. Análises periciais revelaram mensagens nas quais Zampieri menciona o transporte de uma “encomenda” para um chefe de gabinete de um ministro, interpretada pelos investigadores como referência à entrega de propina.
A PF rastreou movimentações financeiras significativas, incluindo saques de R$ 8,2 milhões realizados por Zampieri entre 2019 e 2022. Além disso, identificou repasses de R$ 4 milhões de uma empresa de Gonçalves para uma firma vinculada à esposa de um assessor que atuou nos gabinetes das ministras Isabel Gallotti e Nancy Andrighi.
O STJ informou que está conduzindo investigações internas e colaborando com as autoridades competentes. Até o momento, nenhum ministro foi formalmente investigado.
A investigação continua em andamento, buscando esclarecer a extensão do esquema e identificar todos os envolvidos.