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Reforma Tributária e Setor Imobiliário: MWA Advocacia promove debate estratégico em Teresina

Evento reuniu empresários e especialistas para discutir os impactos da nova legislação fiscal sobre o mercado imobiliário, destacando desafios e oportunidades para reorganização societária e planejamento tributário.

Rony Torres

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No dia 27 de novembro, o escritório MWA Advocacia realizou, no Manhattan River Center, um encontro exclusivo voltado a analisar os efeitos da Reforma Tributária sobre o setor imobiliário. O evento, conduzido pelo tributarista Dr. Almeida Neto, sócio-fundador do escritório, contou com a presença dos também fundadores Dr. Mário Roberto e Dr. Wilson Gondim, além de empresários, investidores e executivos do mercado.

A programação abordou temas como reorganização societária, efeitos das novas alíquotas e estruturação de holdings, sempre com foco na adaptação às mudanças introduzidas pelo novo sistema fiscal brasileiro. Patrocinado pela ORA Telecom e pelo BTG Pactual, o encontro reforçou o compromisso das instituições em fomentar informação qualificada e promover debates relevantes para o setor.

Segundo o Dr. Almeida Neto, “o debate prático sobre os impactos da reforma é muito importante para que o setor entenda o novo cenário, e para que novas estratégias tributárias sejam desenhadas”.

Além das palestras, o evento também se destacou como espaço de networking, favorecendo a troca de experiências e perspectivas sobre o cenário pós-reforma.


O que há de novo na reforma:

A Reforma Tributária, ao propor a substituição de tributos como PIS, Cofins, ICMS e ISS por um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, traz repercussões diretas para o setor imobiliário. Entre os principais pontos de atenção, destacam-se:

  • Reorganização societária: empresas do setor precisarão reavaliar suas estruturas jurídicas, especialmente holdings patrimoniais, para mitigar riscos de bitributação e otimizar a carga fiscal.
  • Novas alíquotas: a uniformização e simplificação prometida pela reforma pode gerar aumento de custos em determinadas operações imobiliárias, exigindo planejamento tributário mais sofisticado.
  • Segurança jurídica: a transição para o novo modelo demanda regulamentação clara e estável, sob pena de gerar litígios e insegurança para investidores.
  • Oportunidades estratégicas: apesar dos desafios, a reforma abre espaço para maior transparência e previsibilidade, fatores que podem atrair capital estrangeiro e fortalecer o mercado imobiliário nacional.

Do ponto de vista jurídico, o momento exige proatividade dos agentes econômicos e atuação consultiva especializada. A adoção de estratégias preventivas, como auditorias fiscais e revisão de contratos, será determinante para que o setor imobiliário não apenas se adapte, mas também se beneficie das mudanças.

Antes e depois da Reforma Tributária


AspectoAntes da ReformaDepois da Reforma
Tributos sobre consumoExistência de 5 tributos distintos: PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISSUnificação em 2 tributos: CBS (federal) e IBS (estadual/municipal)
Modelo de cobrançaSistema cumulativo, com incidência em cascata sobre insumos e produtos finaisFim da cumulatividade, com IVA dual (CBS + IBS), incidindo apenas sobre valor agregado
ComplexidadeRegras diferentes entre estados e municípios, gerando insegurança jurídicaEstrutura simplificada e uniforme, com maior previsibilidade e transparência
TransiçãoSem previsão de unificaçãoPeríodo gradual: testes em 2026, implementação parcial entre 2027 e 2033
AlíquotasVariáveis conforme tributo e ente federativoAlíquota-padrão de até 26,5%, com reduções para setores específicos
Setores beneficiadosBenefícios fiscais fragmentados e pouco uniformesCesta básica com alíquota zero, isenções para medicamentos e itens de saúde, redução de 30% para profissionais liberais
Imposto seletivoNão existiaCriação de imposto sobre bens prejudiciais à saúde e ao meio ambiente (ex.: cigarros, bebidas alcoólicas)
Cashback tributárioInexistenteDevolução parcial de impostos para famílias de baixa renda
Zona Franca de ManausBenefícios assegurados pelo IPIMantida proteção constitucional, com ajustes no novo sistema

Rony Torres

Rony Torres é graduado em Direito pelo Centro Universitário Santo Agostinho. Advogado, Pesquisador do Tribunal Penal Internacional, Diretor jurídico do grupo Eugênio, Especialista em direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela Faculdade Damásio de Jesus, Pós graduado em Direito Constitucional e administrativo pela Escola Superior de Advocacia do PI, Especialista em Direito Internacional pela UNIAMERICA, pós-graduado em Direito Penal e Processo Penal pela ESA-PI, graduado em advocacia trabalhista e previdenciária pela ESA-MA