Uma empresa de transporte por aplicativo foi condenada a pagar R$ 15 mil em indenização a Tel Guajajara, jovem de 24 anos, em razão de um episódio de racismo ocorrido em Belém, no Pará. O incidente, registrado em 2021, envolveu um motorista que, ao observar os grafismos étnicos no corpo de Tel, recusou-se a realizar o transporte, justificando que o passageiro poderia sujar o veículo e afirmando que “não transportaria índio”, conforme relatado pelo jornal *O Liberal*.
Diante do ocorrido, Tel Guajajara ingressou com uma ação judicial contra a empresa, pleiteando uma indenização de R$ 30 mil pelos danos morais sofridos. O processo foi formalmente iniciado no ano seguinte, culminando na condenação da empresa ao pagamento de R$ 15 mil a título de reparação.
Recurso e decisão judicial
A defesa de Tel informou que, após a sentença de primeira instância, a empresa recorreu, argumentando que não poderia ser responsabilizada pela conduta do motorista. A companhia também destacou que tomou medidas internas, como o bloqueio do condutor na plataforma e a oferta de assistência ao passageiro para solucionar o incidente.
Contudo, em 7 de agosto, o tribunal rejeitou o recurso, mantendo a decisão anterior. A sentença reafirmou a responsabilidade da empresa em assegurar um ambiente livre de discriminação em suas operações.
Ainda de acordo com a defesa de Tel, a empresa apresentou novo recurso, buscando esclarecimentos sobre a decisão judicial. Todavia, a expectativa é que o julgamento mantenha inalterada a condenação, reforçando o dever de reparação pelos danos morais sofridos.
Apoio nas redes sociais
A decisão judicial repercutiu amplamente nas redes sociais. Tel compartilhou em sua conta no Instagram diversas mensagens de apoio de amigos e seguidores. “A justiça será feita”, escreveu o jovem, ecoando o sentimento de solidariedade expressado por seus apoiadores. Um seguidor destacou: “Para que nunca mais se repita.”
No entanto, a repercussão também trouxe à tona comentários contrários à decisão. Em resposta a uma mensagem que classificava o caso como “vitimismo e lacração”, Tel rebateu de forma enfática: “Silêncio, tem gente se doendo.” O jovem acrescentou que prefere ignorar “comentários fúteis e patéticos” e encerrou agradecendo pelo apoio recebido, reforçando sua luta contra o racismo: “Aos que estão se doendo, triste dia, racistas!”
Com informações Direito News.