A quatro meses das eleições internas da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Piauí (OAB-PI) para o triênio 2025-2027, que ocorrem em novembro deste ano, um grupo de advogadas anunciou o rompimento com a atual gestão da OAB-PI.
A decisão foi divulgada na noite de ontem, quarta-feira, 10, por Isabella Paranaguá, conselheira federal da OAB; Ravennya Moreira, secretária-geral da Caixa de Assistência dos Advogados do Piauí (CAAPI); e Raylena Alencar, secretária-geral da OAB-PI.
As três advogadas, que foram eleitas pela chapa liderada por Celso Barros Melo, atual presidente da OAB-PI, comunicaram a decisão através de uma carta aberta publicada em suas redes sociais.
No manifesto, as advogadas expõem as razões que motivaram o rompimento com a gestão vigente. De acordo com a declaração, a insatisfação decorre do fato de que o modelo de administração atual não corresponde aos valores de inclusão e eficiência que elas consideram essenciais. Além disso, elas criticam a exclusão de diversas vozes no processo de sucessão, destacando a necessidade de uma gestão que permita a participação ativa de todos os membros da instituição.
No texto, as advogadas também afirmaram expressamente que, apesar do rompimento com a gestão atual, continuarão a cumprir com seus cargos e responsabilidades. Elas reafirmaram o compromisso com a advocacia piauiense, garantindo que manterão a ética e a dedicação que sempre caracterizaram suas atuações.
“A nossa decisão é um ato de independência e coragem, inspirado pela esperança de um futuro melhor para a advocacia no Piauí. Acreditamos que nossa ação servirá como um estímulo para que mudanças necessárias sejam implementadas e para que a voz de todas as advogadas e advogados, especialmente das mulheres, seja mais valorizada e ouvida”, afirmam no texto.
Leia a carta aberta na íntegra:
‘’Teresina, 10 de julho de 2024
À Advocacia Piauiense
Nós, um grupo de advogadas dedicadas e comprometidas com a nossa profissão, viemos por meio deste manifesto comunicar nossa decisão de nos afastarmos da atual gestão da OAB/PI. Essa decisão não foi tomada de forma precipitada, mas sim baseada em profundas reflexões sobre os rumos e práticas adotadas pela atual administração.
Os principais motivos que nos levam a tomar essa atitude são: o modelo de gestão atual não reflete os valores de inclusão e eficiência que tanto prezamos. Acreditamos que a OAB/PI deve ser um exemplo de boas práticas e, infelizmente, sentimos que isso não está sendo alcançado.
Além disso, a exclusão de diversas vozes no processo de sucessão é inaceitável. Acreditamos que todos os membros devem ter a oportunidade de participar ativamente e de serem ouvidos nas decisões que moldam o futuro da nossa instituição.
Queremos enfatizar que a nossa decisão não significa um afastamento dos nossos cargos, das nossas responsabilidades e dos compromissos com a classe. Continuaremos a prestar nossos serviços institucionais pela advocacia piauiense com o mesmo zelo, dedicação e ética que sempre nos pautaram.
Honraremos o compromisso que nos foi concedido nas últimas eleições e continuaremos a lutar por uma advocacia mais justa, inclusiva e participativa.
A nossa decisão é um ato de independência e coragem, inspirado pela esperança de um futuro melhor para a advocacia no Piauí. Acreditamos que nossa ação servirá como um estímulo para que mudanças necessárias sejam implementadas e para que a voz de todas as advogadas e advogados, especialmente das mulheres, seja mais valorizada e ouvida.
Desejamos que a OAB/PI encontre o caminho para uma gestão mais democrática e inclusiva. Estamos à disposição para colaborar e contribuir com qualquer iniciativa que vá ao encontro desses princípios.
Atenciosamente,
Isabella Paranaguá
Ravennya Moreira
Raylena Alencar’’