A Penitenciária José de Arimatéia Barbosa Leite, localizada em Campo Maior, deu início a um projeto voltado para os internos que infringiram a Lei Maria da Penha, ou seja, aqueles sujeitos a medidas protetivas e com prisão decretada. A iniciativa consiste em rodas de conversa quinzenais, destinadas a conscientizar os participantes sobre o respeito às mulheres.
Hermogem Paz, gerente da unidade, enfatiza que a função da prisão vai além do encarceramento, destacando a importância de uma transformação na vida dos internos. “Como forma de mudar a consciência dele, não apenas com a privação da liberdade, mas sim tocante da sua mentalidade. Vemos que é necessário ir mais além do que só trancar o preso, mas mudar o seu pensamento, por meio dessa roda de conversa para eles entenderem o processo histórico da Lei Maria da Penha, das conquistas das mulheres e também do respeito que se deve ter com o gênero feminino”, declarou o gerente.
As sessões quinzenais serão conduzidas por profissionais especializados em saúde mental. A psicóloga Mirlena Belchior destaca a relevância de conhecer a trajetória dos internos antes e durante o período de privação da liberdade, a fim de orientar a transformação de vida proposta.
“Estamos iniciando este projeto, que terá continuidade e será realizado de 15 em 15 dias, sobre o respeito à mulher e a igualdade de gênero. Os internos não são rotulados, buscamos compreender o processo deles de vida, compreender como funciona a ressignificação dentro do cárcere. Temos essa preocupação em devolver estes internos à sociedade de forma ressocializada, para diminuir a criminalidade, este é nosso principal objetivo”, afirmou Belchior.