Segundo a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Walter Delgatti, conhecido como “hacker da Lava Jato”, inseriu fraudulentamente no sistema da Justiça um alvará de soltura falso, visando potencialmente beneficiar um condenado a mais de 200 anos de prisão.
O documento acusa também a deputada federal Carla Zambelli de envolvimento, sendo apontada como a “autora intelectual” das invasões ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
De acordo com a denúncia, Delgatti, com a concordância e sob o comando de Carla Zambelli, teria usurpado a assinatura de juízes para incluir diversos alvarás de soltura nos sistemas do CNJ. Um desses documentos permitia a liberação de Sandro Silva Rabelo, condenado a 200 anos de reclusão. Esses alvarás, produzidos pelo “hacker”, foram registrados tanto no SEEU – Sistema Eletrônico de Execução Unificado quanto no BNMP – Banco Nacional de Mandados de Prisão.
Segundo a PGR, Delgatti teria invadido o SAJ – Sistema de Automação Judiciária – nos dias 4 e 5 de janeiro de 2023, sem o consentimento de autoridade legítima. Além das solturas, ele também teria incluído uma requisição de afastamento de sigilo bancário de Alexandre de Moraes.
Outro episódio descrito na denúncia é a invasão ao sistema secundário do CNJ, chamado GitLab, em 19 de janeiro de 2023. A invasão tinha como objetivo criar descrédito nos programas judiciários, conforme uma mensagem lançada na tela dos monitores.
A PGR argumenta que Delgatti e Zambelli buscavam obter vantagens midiáticas e políticas por meio de um “projeto de desmoralização do sistema de Justiça”, visando causar danos ao funcionamento do Judiciário e gerar desconfiança na população.
A denúncia solicita a condenação pela prática dos crimes de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica em coautoria, com aumento de pena, além da fixação de valor para reparação dos danos causados.
Com informações Migalhas.