O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participou remotamente da Cúpula do Brics, realizada em Johanesburgo, na África do Sul, e fez uma declaração enfática, alegando que a intervenção militar russa na Ucrânia foi motivada pelo desejo de encerrar uma suposta “guerra de extermínio” que, segundo ele, estava sendo conduzida pelo Ocidente.
A decisão de Putin de não comparecer pessoalmente à cúpula se deveu a um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em relação a acusações de crimes de guerra cometidos em Kiev. Essas alegações são uma questão sensível no cenário internacional e têm gerado debates sobre a jurisdição do TPI sobre líderes de estados soberanos.
Putin enfatizou a motivação da Rússia para a intervenção na Ucrânia, afirmando que seu país decidiu apoiar aqueles que lutavam pela preservação de sua cultura, tradições, língua e futuro. Ele alegou que as ações russas na Ucrânia tinham como único objetivo encerrar a guerra que, segundo ele, havia sido desencadeada pelo Ocidente e seus aliados na Ucrânia, especialmente na região do Donbass.
Além disso, Putin usou sua participação na cúpula para destacar que as nações do Brics compartilham a posição de serem “contra a hegemonia” e “políticas neocolonialistas”. Ele expressou gratidão aos seus colegas do bloco por seus esforços na busca da paz na Ucrânia e pela promoção de uma solução justa por meios pacíficos.
Esse discurso de Putin na Cúpula do Brics reflete a complexa dinâmica geopolítica que envolve a Ucrânia e as tensões internacionais decorrentes das ações russas na região. A situação levanta questões sobre o papel do Tribunal Penal Internacional e a aplicação de leis internacionais em casos envolvendo líderes de estados soberanos. Além disso, coloca em evidência a importância do Brics como um fórum para a discussão de questões globais e a busca de soluções pacíficas para conflitos internacionais.