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O CASO SOBRE ESTUPRO COMETIDO POR ROBINHO NA ITÁLIA – COMO ANDA O PROCESSO NO EXTERIOR

O advogado Jacopo Gnocchi, que representa a vítima no caso de Robinho, enfatizou a justiça da condenação e falou sobre o pedido de indenização.

Em uma entrevista, o advogado italiano Jacopo Gnocchi, que representa a vítima do caso envolvendo o jogador de futebol Robinho, compartilhou detalhes do processo e abordou o vazamento de áudios dos acusados, bem como o pedido de indenização relacionado ao caso.

Gnocchi enfatizou que a condenação de Robinho e Ricardo Falco foi definitiva e justa, ressaltando que ambos tiveram a oportunidade de se defender perante 15 juízes italianos. Ele também mencionou que seus advogados conduziram a defesa e que os juízes fizeram sua escolha.

O advogado destacou que, para ele e sua cliente, é irrelevante se a pena será cumprida na Itália ou no Brasil, desde que seja efetivamente cumprida. Ele expressou confiança na Justiça brasileira, caracterizando o Brasil como um país grande e uma nação que não é um “paraíso da impunidade”.

Respondendo a uma pergunta sobre a fama do jogador e a atenção midiática em torno do caso, Gnocchi afirmou que isso não alterou a natureza do processo. Ele esclareceu que, embora tenha havido comentários na mídia e nas redes sociais sugerindo que a vítima estava atrás de dinheiro, o processo não tinha como foco principal uma compensação financeira.

No que diz respeito ao pedido de indenização, Gnocchi explicou que ele foi anexado ao processo, mas não era o objetivo principal. O tribunal de primeira instância determinou uma indenização de 60 mil euros para a vítima, o equivalente a cerca de R$ 314 mil. Segundo o advogado, esse valor poderia ter sido muito maior, mas eles optaram por não contestá-lo, enfatizando que o processo visava primordialmente buscar justiça para alguém que sofreu abuso sexual.

O caso envolve a condenação de Robinho por violência sexual de grupo, ocorrida há nove anos em Milão, quando ele jogava pelo Milan. O julgamento ocorreu na 3ª Seção Penal do Supremo Tribunal de Cassação, em Roma, e resultou em uma sentença de nove anos de prisão, além de uma multa de 60 mil euros. A condenação também se estendeu ao amigo do jogador, Ricardo Falco.

Em fevereiro, a Justiça italiana solicitou o cumprimento da pena de Robinho no Brasil, representando o primeiro passo para um pedido de extradição e emissão de um mandado de prisão internacional contra o jogador. O processo atualmente em tramitação no STJ discute a possibilidade de homologação da sentença italiana e, se aprovada, a transferência da execução da pena do jogador para o Brasil.