O grupo Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, anunciou durante sua 15ª cúpula, realizada em Joanesburgo, um processo de expansão com a adesão de novos membros. O Egito, junto com a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Irã e Etiópia, foram convidados a ingressar no grupo como membros plenos a partir de 1º de janeiro de 2024.
Na 15ª cúpula do grupo Brics, realizada em Joanesburgo, foi anunciado um processo de expansão com a adesão de novos membros. Entre os países convidados a ingressar no grupo como membros plenos a partir de 1º de janeiro de 2024 está o Irã, localizado no Oriente Médio, com uma população estimada de 87 milhões de habitantes, predominantemente muçulmanos da linha xiita.
De acordo com o Banco Mundial, o Irã possui uma renda per capita de US$ 4,9 mil. Sua economia está fortemente ancorada na receita proveniente do petróleo, com um crescimento de 2,7% em seu PIB em 2022, e uma expectativa de crescimento de 2% para o ano corrente, refletindo, em parte, a volatilidade dos preços do petróleo.
O Irã é liderado pelo aiatolá Ali Khamenei, que detém uma posição única como líder supremo do país, sendo simultaneamente o líder político e religioso. Abaixo dele, encontra-se o presidente Ebrahim Raisi, eleito em agosto de 2021.
Entretanto, o Irã é classificado como um país “não livre” pela organização não-governamental Freedom House, com uma pontuação de 12 em uma escala de 0 a 100. Relatórios da Anistia Internacional também alegam violações dos direitos humanos no país, incluindo o uso de munição letal contra manifestantes em 2022, que protestavam por maior liberdade.
Além disso, o Irã enfrenta sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos devido a alegações relacionadas ao seu programa nuclear. Os Estados Unidos argumentam que o Irã mantém um programa nuclear suspeito de poder ser usado para a fabricação de armas de destruição em massa, uma acusação que o governo iraniano nega veementemente.
Negociadores brasileiros, de acordo com informações da BBC News Brasil, não consideravam o Irã como um dos favoritos para obter acesso ao Brics, embora a candidatura do país não tenha enfrentado um veto do Brasil. A inclusão do Irã no Brics representa um novo capítulo na expansão do grupo e pode desempenhar um papel crucial nas dinâmicas futuras do bloco.