O grupo Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, anunciou durante sua 15ª cúpula, realizada em Joanesburgo, um processo de expansão com a adesão de novos membros. O Egito, junto com a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Irã e Etiópia, foram convidados a ingressar no grupo como membros plenos a partir de 1º de janeiro de 2024.
Os Emirados Árabes Unidos, com uma população estimada em 9,35 milhões de habitantes e localizado no Oriente Médio, emergem como um candidato favorito para aderir ao grupo Brics, que atualmente consiste em Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com uma renda per capita de US$ 44,3 mil (R$ 220,7 mil) anualmente, o país ostenta uma economia próspera, amplamente apoiada pelas receitas do petróleo.
O presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, está entre os mais de 40 líderes de nações não pertencentes ao Brics que foram convidados a participar de encontros com os líderes do bloco, e ele confirmou sua presença na cúpula realizada em Joanesburgo.
A aproximação entre os Emirados Árabes Unidos e o Brics tem se desenvolvido ao longo de alguns anos. Em 2021, o país foi aceito como novo membro do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), uma instituição criada pelo Brics em 2014 que financia projetos nos países do bloco. Além dos membros fundadores do Brics, o NDB agora conta com a adesão dos Emirados Árabes Unidos, Bangladesh e Egito, e o Uruguai também manifestou interesse em ingressar.
A crescente aproximação entre os Emirados Árabes Unidos e o Brics é, em parte, atribuída ao apoio da China. Observadores afirmam que o fato de o país já ser membro do NDB, também conhecido como o “banco do Brics”, constituiu um fator favorável em sua candidatura para a adesão ao grupo principal.
Contudo, os direitos humanos têm sido uma preocupação internacional quando se trata dos Emirados Árabes Unidos. A Freedom House classifica o país como “não-livre”, com uma pontuação de 18 em uma escala que varia de 0 (menos livre) a 100 (mais livre). Questões relacionadas à liberdade de expressão, associação e direitos das mulheres têm sido objeto de críticas, e a situação dos direitos humanos pode gerar debates significativos durante o processo de inclusão do país no Brics.
Apesar da reticência inicial do corpo diplomático brasileiro em relação à admissão de novos membros no Brics, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva expressou seu apoio à inclusão dos Emirados Árabes Unidos no grupo. No entanto, a decisão final sobre a adesão dependerá do consenso entre os países membros do Brics, e as negociações continuarão a moldar o futuro do bloco e de seus potenciais novos integrantes.