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Brasil Critica Argentina por Cobrança de Pedágio na Hidrovia Paraguai-Paraná

O Brasil critica a Argentina por impor pedágio na Hidrovia Paraguai-Paraná, alegando que isso viola a liberdade de navegação acordada entre os países compartilhantes. Outros vizinhos também questionam a legalidade dessa medida, e o Brasil considera isso preocupante, ameaçando a segurança jurídica e investimentos na região da Bacia do Prata. O Ministério das Relações Exteriores indica que a discussão deve ocorrer nas instâncias do acordo da hidrovia.

Rony Torres

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O Ministério das Relações Exteriores do Brasil está expressando preocupação e críticas em relação à Argentina devido à sua recente imposição de um pedágio na Hidrovia Paraguai-Paraná. O Brasil alega que essa medida contraria a liberdade de navegação estabelecida em um acordo entre os países que compartilham a hidrovia, incluindo Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia e Paraguai.

Por meio de uma resolução, a Argentina começou a cobrar uma taxa de US$ 1,47 por tonelada para embarcações de transporte internacional que percorrem o trecho entre o Porto de Santa Fé e a Confluência, a partir de janeiro deste ano. Como resultado dessa medida, houve casos registrados de navios sendo retidos quando se recusavam a pagar a taxa.

Outros países, como Bolívia, Paraguai e Uruguai, também estão questionando a legalidade dessa resolução argentina. Segundo esses países vizinhos, a Argentina não apresentou evidências de que o pedágio representa uma compensação por serviços prestados na hidrovia, o que é a condição necessária para qualquer tipo de cobrança, uma vez que a simples navegação não deveria ser taxada.

O Brasil considera esse caso “preocupante” e afirma que ele contradiz os princípios de liberdade de navegação e ameaça a segurança jurídica, que é crucial para garantir investimentos relacionados ao desenvolvimento da hidrovia como uma rota central para o transporte de cargas na região da Bacia do Prata.

O deputado federal Alberto Fraga (PL-DF) apresentou um requerimento pedindo que o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, tome providências para resolver essa questão. Segundo o requerimento, o pedágio “compromete a igualdade entre os países e aumenta o custo do transporte de grãos e outras mercadorias para exportação”.

O Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, indicou que o melhor local para discutir essa questão é nos órgãos que fazem parte do acordo da hidrovia. O tema já foi debatido na Comissão do Acordo, uma instância técnica, mas não houve consenso, e agora será tratado no Comitê Intergovernamental da Hidrovia, uma instância política.

A representação do Brasil enfatiza que o diálogo sobre essa questão tem sido buscado há meses e que não é apropriado escalonar as ações em curso, pois isso dificulta a perspectiva de que o tema seja tratado de forma equilibrada nas instâncias do acordo.

RONY TORRES

Rony Torres é graduado em Direito pelo Centro Universitário Santo Agostinho. Advogado, Pesquisador do Tribunal Penal Internacional, Diretor jurídico do grupo Eugênio, Especialista em direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela Faculdade Damásio de Jesus, Pós graduado em Direito Constitucional e administrativo pela Escola Superior de Advocacia do PI, Especialista em Direito Internacional pela UNIAMERICA, pós-graduado em Direito Penal e Processo Penal pela ESA-PI, graduando em advocacia trabalhista e previdenciária pela ESA-MA