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Regras de barriga solidária e doação de órgãos podem ser modificadas na reforma do Código Civil

Uma comissão de juristas no Senado brasileiro está propondo alterações no Código Civil, que devem ser formuladas até 12 de abril e posteriormente votadas pelos parlamentares. Entre as mudanças sugeridas, estão a permissão de doações de órgãos quando o falecido deixar por escrito sua autorização, mesmo sem o consentimento da família, e a regulamentação das …

Equipe BrJus

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Uma comissão de juristas no Senado brasileiro está propondo alterações no Código Civil, que devem ser formuladas até 12 de abril e posteriormente votadas pelos parlamentares. Entre as mudanças sugeridas, estão a permissão de doações de órgãos quando o falecido deixar por escrito sua autorização, mesmo sem o consentimento da família, e a regulamentação das normas da barriga solidária e reprodução assistida.

A comissão foi criada em agosto de 2023 pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com o objetivo de propor alterações e reformar o Código Civil, que estabelece normas e leis para pessoas físicas e jurídicas. Além da doação de órgãos e reprodução assistida, a reforma também abordará questões como casamento civil, constituição de família, Inteligência Artificial, posse de terras rurais e outros temas.

Doação de órgãos

A comissão propõe que a autorização familiar para doação de órgãos não seja mais necessária, caso o doador falecido tenha deixado por escrito sua permissão para o transplante. Se não houver autorização do doador, a ordem de sucessão será seguida e a autorização será solicitada aos familiares.

Outra alteração significativa é o reconhecimento do direito à personalidade civil da pessoa, que se iniciaria com o nascimento com vida e terminaria somente com a morte cerebral. Os direitos dos fetos ou nascituros continuariam preservados desde a concepção.

Reprodução assistida

O texto propõe regulamentações para as barrigas solidárias, que deverão ser formalizadas em documentos e deixar claro quem são os pais da criança. A doação temporária do útero deverá ser feita preferencialmente com alguém que tenha parentesco com os futuros pais.

A proposta também rechaça discriminações a pessoas nascidas por técnicas de reprodução assistida e traz regras para a prática. O texto proíbe a criação de seres humanos geneticamente modificados, a criação de embriões para investigação científica e a criação de embriões para escolha de sexo ou cor.

O documento também proíbe a comercialização de óvulos e espermatozoides, garantindo que não haja vínculo entre o doador ou a pessoa nascida com parte do material genético. As doações são autorizadas somente a maiores de 18 anos, e médicos e funcionários do espaço de reprodução não poderão ser doadores.



Fonte: Notícia Preta.