O propósito de consolidar o conhecimento produzido acerca da Doença de Chagas, a organização não governamental (ONG) Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi), lançou a plataforma denominada “Open Chagas” voltada para a região da América Latina. Este projeto é uma iniciativa colaborativa do consórcio denominado Lead Optimization Latin American (Lola), que agrega instituições como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade de São Paulo (USP).
O diretor da DNDi, Jadel Kratz, explicou que a plataforma Open Chagas tem o propósito de facilitar a troca de informações entre diferentes grupos de pesquisa e instituições com o intuito de aprimorar os tratamentos relacionados à Doença de Chagas. Em suas palavras, “É um projeto de ciência aberta, cujo objetivo é criar um canal seguro e estruturado para que pesquisadores de toda a América Latina compartilhem seus projetos de pesquisa acadêmica, realizados em universidades, em colaboração com a equipe da DNDi, a fim de trabalhar conjuntamente no propósito comum de desenvolver novas abordagens terapêuticas.”
O consórcio Lola, estabelecido há uma década, tem como missão apoiar o desenvolvimento de medicamentos e tratamentos voltados para enfermidades que acometem populações numerosas, porém, não recebem a devida atenção da indústria comercial devido à limitada perspectiva de retorno financeiro. Kratz destacou a existência de um grupo de doenças negligenciadas, aproximadamente 20 doenças, que impactam comunidades mais vulneráveis, habitantes de áreas com infraestruturas precárias. Entre essas doenças, mencionou a Doença de Chagas, a leishmaniose e a hanseníase.
A iniciativa recebe financiamento adicional da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
A Doença de Chagas é ocasionada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, transmitido pelo barbeiro, um inseto semelhante a um besouro. Esta infecção pode afetar diversos órgãos, incluindo o sistema digestivo e o coração. De acordo com informações do Ministério da Saúde, estima-se que existam aproximadamente 1 milhão de pessoas com a doença no Brasil, que resulta em cerca de 4,5 mil óbitos anualmente.
Globalmente, conforme apontado pelo diretor da DNDi, aproximadamente 1 bilhão de pessoas são afetadas por doenças negligenciadas em todo o mundo.
Fonte: Alepi.