O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes tiveram uma conversa na última terça-feira (02/04) no gabinete do decano, que durou cerca de 90 minutos. O encontro, que também contou com a presença do senador Wellington Fagundes (PL-MT) como intermediário, foi revelado pela jornalista Monica Bergamo.
Durante a conversa, Moro negou ter cometido ilegalidades na operação Lava Jato e afirmou que não tinha relação com o ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol. No entanto, Gilmar Mendes questionou essa afirmação, dizendo que Moro e Dallagnol “roubavam galinha juntos”.
Moro se referiu a Gilmar Mendes como “ministro” e “senhor”, mas o tratamento respeitoso não foi reciproco, já que o decano do STF respondia utilizando “Sergio” e “você”. Gilmar Mendes também afirmou que sabia das ações de Moro e Dallagnol na Lava Jato e que eles “combinavam o que estaria nas peças”.
Moro tentou se distanciar de outro desafeto de Gilmar Mendes, o juiz da Lava Jato no Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, mas o ministro do STF não considerou. Gilmar Mendes também fez comentários sarcásticos sobre a indicação de Moro como ministro do governo Bolsonaro e sugeriu que o senador estuda mais, dizendo que “a biblioteca do Senado é ótima, você deveria frequentar”.
Moro não teria pedido qualquer ajuda de Gilmar Mendes no que diz respeito ao processo de cassação de seu mandato, que tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Sobre a possibilidade de manter o diálogo aberto, Gilmar Mendes disse que sim.
Fonte: Pleno News.
