O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região determinou que a empresa Globo deve pagar uma indenização de R$ 50.000 à jornalista Veruska Donato, ex-repórter do canal de TV, por danos morais. A jornalista moveu uma ação judicial contra a organização, alegando assédio moral e “imposição de padrões estéticos” durante o exercício de suas funções.
Além da indenização, a Globo foi obrigada a pagar o adicional por tempo de serviço, diferença de aviso prévio, diferença do 13º salário, vale-refeição, FGTS, multa, horas extras e adicional noturno. A empresa ainda tem a possibilidade de recorrer da decisão.
Veruska Donato deixou a Globo em 2021, após um período de licença médica devido ao diagnóstico de Síndrome de Burnout. De acordo com a jornalista, a pressão exercida pela emissora para que ela se adequasse a um padrão estético específico contribuiu para o agravamento do quadro. Em seu depoimento, a profissional afirmou que rugas, gorduras ou flacidez se tornavam alvo de críticas constantes por parte dos chefes e do setor de figurino da empresa.
“Noticiou a reclamante [a jornalista Veruska Donato] que o trabalho no reclamado [a rede Globo] exigia regras do ‘padrão globo de beleza’ […], com críticas do chefe do figurino do jornalismo quanto a flacidez, ruga ou gordura fora do lugar. O reclamado obrigava as mulheres a seguirem o padrão, conforme divulgação interna encaminhada às trabalhadoras, cuja perseguição estética importava na ditadura da magreza”, diz o texto dos autos.
Fonte: Poder360.