O juiz Darlan Soares Souza, da Comarca de Passo de Camaragibe (AL), condenou um homem a 49 anos, três meses e três dias de prisão em regime inicialmente fechado por estuprar sua enteada por anos no município de São Miguel dos Milagres. A denúncia do Ministério Público de Alagoas (MPAL) foi recebida pelo magistrado em agosto do ano passado e a prisão preventiva do acusado foi determinada imediatamente.
Durante o julgamento, o juiz Darlan Soares ressaltou a importância da palavra da vítima em crimes sexuais, geralmente praticados às escondidas, conforme decidido pela jurisprudência nacional. Ele também destacou as inconsistências na versão do acusado, que negou ter mantido relações sexuais com a enteada ou ter tocado nela.
Detalhes do caso
De acordo com os autos, a mãe da vítima se casou com o acusado quando a menina tinha 10 anos. Conforme ela crescia, o comportamento do homem mudou, passando a controlar as roupas que ela usava e impedindo-a de sair com amigas. Os estupros começaram com toques no corpo da vítima, incluindo partes íntimas, e evoluíram para forçar a conjunção carnal quando ela tinha 13 anos.
A violência sofrida pela menina ao longo dos anos a levou a sentir-se triste e a praticar automutilação em suas pernas e braços. Ela não tinha coragem de revelar os abusos sexuais à mãe, mas quando esta ficou internada por sete dias para tratamento de saúde, acompanhada de um dos irmãos, a vítima viveu os piores dias de sua vida, pois o acusado a agrediu e ameaçou matar as pessoas que ela amava.
Aos 16 anos, a enteada fugiu de casa para morar com o namorado, que não sabia dos abusos que ela sofria. Ela só revelou toda a história à mãe quando esta a pediu para voltar para casa. O acusado não aceitou a saída da adolescente e ameaçou matá-la e esquartejá-la na porta da escola, além de ameaçar matar sua companheira, mãe da vítima, para que ela trouxesse a menina de volta para casa.
Fonte: Gazetaweb.