Nota | Geral

Entrevista com a Delegada Nathália Figueiredo sobre feminicídio e o inicio do ciclo de violência

A Delegada Nathália Figueiredo concedeu entrevista ao Portal Brjus, discutindo o tema do feminicídio e fornecendo orientações direcionadas a mulheres que se encontram no início do ciclo da violência. O objetivo da entrevista foi prevenir a progressão dessa violência para agressões, e eventualmente, para o feminicídio. A entrevista ocorreu na manhã desta quinta-feira (30/11). A …

Foto reprodução: Brjus.

A Delegada Nathália Figueiredo concedeu entrevista ao Portal Brjus, discutindo o tema do feminicídio e fornecendo orientações direcionadas a mulheres que se encontram no início do ciclo da violência. O objetivo da entrevista foi prevenir a progressão dessa violência para agressões, e eventualmente, para o feminicídio. A entrevista ocorreu na manhã desta quinta-feira (30/11).

A entrevistada ressaltou a intolerância e a não normalização de qualquer forma de violência. Destacou que não é normal sofrer agressões verbais, ser alvo de xingamentos e humilhações em público, tampouco ser vítima de agressões físicas ou controle. A Delegada enfatizou a crescente natureza abusiva de muitas relações, alertando especificamente para o controle excessivo exercido por parceiros.

A discussão abordou o ponto crucial de que o ciclo de violência não inicia com o feminicídio. A Delegada esclareceu que o feminicídio ocorre quando as demais formas de violência não são denunciadas, e a vítima não interrompe o ciclo de violência. Ela ressaltou a progressividade característica das situações domésticas, onde o agressor observa a falta de denúncia ou reação da vítima a agressões menores, permitindo assim a evolução do comportamento agressivo.

A Delegada sublinhou a importância de encerrar o ciclo de violência por meio da denúncia e do término do relacionamento, indicando que, se a vítima não adota essas medidas, o ciclo tende a evoluir, culminando no feminicídio. Ela alertou para a preocupante estatística de que os números de feminicídios em 2023 já ultrapassaram os registros do ano anterior, ressaltando que o ano ainda não chegou ao fim.