
O Brasil destinou 1,3% do PIB para o funcionamento do Judiciário em 2023, um percentual 4,3 vezes maior que a média global de 0,3%, segundo dados do Tesouro Nacional. O país ocupa a segunda posição mundial em gastos com tribunais, ficando atrás apenas de El Salvador. No total, R$ 156,6 bilhões foram investidos na Justiça brasileira, sendo R$ 107,3 bilhões oriundos dos estados. Salários e encargos representaram 79,8% das despesas.
Além dos altos custos com o Judiciário, o relatório destaca a distribuição do orçamento público em outras áreas. A Previdência Social consumiu 16,8% do PIB, sendo a maior despesa do país. Já os gastos com Segurança Pública alcançaram 2,85% do PIB, superando a média global de 1,8%, refletindo os custos elevados com polícias, sistema prisional e tribunais.
Por outro lado, o Brasil investe abaixo da média mundial em Saúde e Infraestrutura. O setor de Saúde recebeu 4,7% do PIB, enquanto a média global é de 6,2%. Já o setor de Infraestrutura e Transportes consumiu apenas 3,5% do PIB, contra 5,8% da média global, o que pode impactar o crescimento econômico do país no longo prazo.
O levantamento evidencia um descompasso nos investimentos públicos, com forte destinação de recursos ao Judiciário e à Segurança, enquanto áreas essenciais como saúde e infraestrutura seguem subfinanciadas.