
O advogado criminalista João Neto, de 47 anos, foi preso na última segunda-feira (14/04), em Maceió (AL), após agredir violentamente uma jovem de 25 anos dentro de seu apartamento. Câmeras de segurança registraram o momento em que a vítima, ensanguentada, tenta sair do local enquanto é encurralada e esganada pelo agressor. A Polícia Militar foi acionada por testemunhas que ouviram gritos e pedidos de socorro. João não foi encontrado no imóvel, mas foi localizado pouco depois circulando de moto nas imediações do hospital onde a vítima recebia atendimento.
A prisão ocorre dias após João Neto ganhar destaque nas redes sociais por declarações polêmicas e misóginas. Em um vídeo que viralizou, o advogado chegou a justificar agressões contra mulheres em determinadas situações, afirmando que, se uma mulher “bate primeiro”, merece apanhar de volta. Com mais de dois milhões de seguidores, suas falas costumavam causar revolta e indignação pública.
Além das declarações recentes, outro conteúdo voltou a circular e gerou ainda mais repúdio. Durante participação em um podcast, João Neto confessou que, quando era policial militar na Bahia, costumava andar com um “kit flagrante” composto por drogas, balança de precisão e dinheiro trocado para incriminar pessoas deliberadamente. “Na minha época, eu tinha um kit flagrante. Já era”, disse ele, sem qualquer constrangimento.
Diante da gravidade dos fatos, o advogado foi levado à Central de Flagrantes e deve responder por violência doméstica e lesão corporal com base na Lei Maria da Penha. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ainda não se pronunciou sobre o caso. A prisão de João Neto reacende o debate sobre abuso de autoridade, machismo e a responsabilidade de influenciadores com grande alcance nas redes sociais.