
O Tribunal de Justiça da Paraíba viveu um momento histórico na ultima terça-feira (29/04) com a atuação inédita do advogado Adaian Lima de Souza, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que realizou sustentação oral durante o julgamento de um habeas corpus na Câmara Criminal. A participação emocionou magistrados e demais presentes, sendo celebrada como um marco de inclusão no Judiciário.
O presidente da Câmara Criminal, desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos, destacou o feito como pioneiro, elogiando a desenvoltura e firmeza de Adaian na defesa. “Parece-me ser o primeiro caso de um advogado com espectro autista a fazer defesa oral nesta Câmara. Demonstrou grande talento na oratória e firmeza na defesa de seu constituinte. Para mim, é um fato histórico”, afirmou o magistrado.
Como forma de reconhecimento, o colegiado aprovou por unanimidade um voto de aplauso ao advogado e enviará um ofício oficial parabenizando sua atuação. Emocionado, Adaian agradeceu aos desembargadores e destacou a importância do gesto: “Isso se chama inclusão, inserção social. Este tribunal está de parabéns. Estou muito feliz, ganhei o dia”, declarou.
Durante sua fala, o advogado compartilhou o diagnóstico de TEA e revelou ter renunciado a acompanhar a terapia do filho, também autista, para cumprir o compromisso profissional. Ele aproveitou o espaço para pedir mais atenção e prioridade a processos que envolvam advogados com deficiência, defendendo que a inclusão também se concretize na prática do exercício da advocacia.