O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) conduziu o 2º Censo do Poder Judiciário, abrangendo o período de abril a setembro do corrente ano, revelando uma notável mudança demográfica na composição do quadro funcional. Pela primeira vez na história, constata-se que existirão profissionais com 50 anos de serviço antes de atingirem a idade de 75 anos no cenário judiciário brasileiro.
DADOS DEMOGRÁFICOS:
- Magistrados com idade superior a 46 anos: 57,8%
- Servidores com idade superior a 46 anos: 49,4%
- Magistrados com mais de 56 anos: 24,3%
- Servidores com mais de 56 anos: 17,8%
O conselheiro Giovanni Olsson, coordenador do Comitê Gestor Nacional de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores do Poder Judiciário, observou que essa transição geracional impõe desafios significativos à gestão de recursos humanos e à saúde. A longevidade no serviço, decorrente das alterações nas normas previdenciárias, resulta em dificuldades de aposentadoria para muitos profissionais, devido a perdas financeiras expressivas.
SAÚDE MENTAL:
- Magistrados com estresse: 58,5%
- Magistrados com ansiedade: 56,2%
- Servidores com ansiedade: 47,9%
- Servidores com estresse: 37,4%
Olsson enfatizou a necessidade de uma análise aprofundada desses dados para desenvolver políticas de médio e longo prazo visando a saúde mental de magistrados e servidores. A estagnação nas carreiras e a baixa mobilidade são apontadas como fatores prejudiciais à saúde mental.
A dificuldade de aposentadoria, em virtude das regras previdenciárias, leva a uma estagnação nas carreiras, impactando negativamente a saúde mental dos profissionais. Olsson destaca a complexidade dessa situação, evidenciando que muitos profissionais desejariam se aposentar, mas enfrentam obstáculos financeiros significativos.
O 2º Censo do Poder Judiciário foi conduzido por meio de um questionário online, abordando diversos temas como assédio, satisfação no ambiente de trabalho, saúde, segurança e violência doméstica. Com a participação de mais de 92 mil respondentes, representando 31,4% de todos os servidores da Justiça e 40,51% dos magistrados, a pesquisa foi considerada robusta pela diretora executiva do Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ), Gabriela Soares. A adesão alcançada foi de 32,01% dos integrantes do Judiciário.
Fonte: TRF1
Parte superior do formulário