
O ministro Cristiano Zanin afirmou nesta quinta-feira (27/02) que não há motivos para se declarar impedido no julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-integrantes de seu governo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o grupo de integrar uma organização criminosa para atentar contra a democracia e planejar um golpe de Estado.
A defesa de Bolsonaro havia solicitado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que Zanin e Flávio Dino fossem excluídos do julgamento, alegando que ambos não teriam imparcialidade. Os advogados argumentaram que Zanin deveria ser impedido por ter atuado na campanha do presidente Lula e por mover ações contra Bolsonaro nas eleições de 2022. Já Dino, segundo a defesa, teria perdido a isenção ao apresentar uma queixa-crime contra o ex-presidente quando era ministro da Justiça.
Em resposta ao pedido, Zanin enviou um ofício ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso, reforçando que não possui qualquer sentimento negativo em relação a Bolsonaro e que não há elementos que configurem suspeição. O ministro destacou que seu único encontro com o ex-presidente ocorreu durante um voo para São Paulo, ocasião em que tiveram uma conversa formal.
Flávio Dino ainda deverá apresentar sua manifestação sobre o caso. O julgamento da aceitação da denúncia contra Bolsonaro e outros 33 acusados está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, mas ainda não há data definida para sua realização.