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Operação contra racismo e discurso de ódio na internet cumpre 16 mandados de busca e apreensão em 10 Estados

Operação coordenada pelo Ministério da Justiça realizou, em 23 de outubro, cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão em dez Estados do Brasil, relacionados a crimes de racismo e discurso de ódio na internet. A investigação teve origem em Santa Catarina, a partir de comentários em redes sociais. Mandados foram executados nos Estados de …

Foto reprodução: Migalhas.

Operação coordenada pelo Ministério da Justiça realizou, em 23 de outubro, cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão em dez Estados do Brasil, relacionados a crimes de racismo e discurso de ódio na internet. A investigação teve origem em Santa Catarina, a partir de comentários em redes sociais. Mandados foram executados nos Estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Mato Grosso, Pará e Distrito Federal.

A operação denominada “Trend” faz parte do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (ENFOC) do Ministério da Justiça, sendo executada pela Polícia Civil de Santa Catarina, com o apoio do referido Ministério. De acordo com a autoridade, diversos suspeitos têm demonstrado atitudes extremistas e propagado referências ao neonazismo.

A investigação teve origem em um inquérito policial instaurado para apurar o crime de racismo durante uma festa tradicional alemã em outubro de 2022. Durante o evento, um homem de 44 anos e sua enteada de 12 anos, ambos de etnia negra, postaram um vídeo em uma rede social no qual estavam dançando com trajes típicos germânicos, e receberam comentários racistas e xenófobos.

Durante as buscas, equipamentos computacionais portáteis foram apreendidos, e vestígios digitais dos crimes sob investigação foram encontrados no inquérito. O delegado responsável pela investigação, Arthur Lopes, destacou a complexidade da investigação cibernética, que revelou uma disseminação ampla do racismo no ambiente virtual, ultrapassando os limites da liberdade de expressão e anulando o anonimato pretendido pelos autores. O órgão afirmou que essas atitudes prejudicam o território nacional e não se limitam a um perfil específico, envolvendo desde adolescentes do sexo feminino a homens de idade mais avançada.

Fonte: Migalhas.