Um desdobramento significativo ocorrerá nesta quinta-feira (28/12) no caso que ganhou notoriedade mundial. Gypsy Rose Blanchard, detida em 2015 por seu envolvimento no homicídio de sua progenitora, Clauddine “Dee Dee” Blanchard, será libertada da custódia. Dee Dee, ao longo de vários anos, simulou diversas enfermidades em sua filha, submetendo-a a tratamentos dispensáveis, configurando o quadro conhecido como síndrome de Münchhausen por procuração ou transtorno factício imposto a outro.
Atualmente com 32 anos, Gypsy Rose foi concedida liberdade condicional e deixará a penitenciária no estado do Missouri, três anos antes da data originalmente estipulada em sua sentença de dez anos, conforme informações veiculadas pela rede de televisão NBC.
O homicídio de Dee Dee ocorreu por esfaqueamento perpetrado pelo namorado de Gypsy. Esta última confessou ter planejado a morte da mãe. O contexto do crime remonta a uma história de abusos durante a infância e adolescência.
As averiguações revelaram que Dee Dee estava convencida de que Gypsy Rose sofria de sérios problemas de saúde, levando-a a procurar diversos profissionais de saúde. A jovem foi submetida a medicamentos potentes e até procedimentos cirúrgicos. Conforme descrito no Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento, o “transtorno factício imposto a outro” consiste na falsificação de sintomas de doença em outra pessoa, geralmente realizada por profissionais de saúde com alguém sob seus cuidados.
Entre as condições simuladas por Dee Dee para sua filha incluíam leucemia, asma e distrofia muscular, angariando simpatia e presentes de diversas pessoas. A mãe ainda obteve uma aposentadoria por invalidez em nome da filha. Até os 7 anos, Gypsy permaneceu em uma cadeira de rodas sem necessidade real, alegadamente devido à distrofia muscular.
Na fase adulta, Gypsy conheceu Nicholas Godejohn, seu namorado pela internet, que perpetraria o homicídio de Dee Dee por esfaqueamento na residência em Springfield, Missouri, resultando em sua condenação à prisão perpétua. Durante o processo, a promotoria propôs um acordo de pena à filha, considerando os abusos sofridos nas mãos da mãe.
Em uma entrevista à revista People, Gypsy Rose expressou arrependimento pelos eventos ocorridos, destacando sua desesperação para escapar da situação. Na prisão, contraiu matrimônio com um professor da Louisiana, almejando iniciar uma nova fase de sua vida.
O caso, objeto de diversos documentários e séries televisivas nos últimos anos, continua a suscitar interesse e discussões sobre os desafios inerentes ao sistema legal e às complexidades das relações familiares.
Fonte: Amo Direito.