Nesta segunda-feira (08/01), a Polícia Federal executou 46 mandados de busca e apreensão, juntamente com um mandado de prisão, como parte da 23ª fase da Operação Lesa Pátria. Esta operação tem como foco investigar os responsáveis pelos ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023, considerados golpistas.
As ações da Polícia Federal foram distribuídas em várias localidades, abrangendo o Distrito Federal, Tocantins, Minas Gerais, Santa Catarina, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Paraná e Rondônia.
De acordo com informações apuradas pelo jornal Folha de São Paulo, o alvo do mandado de prisão teria contratado um ônibus para transportar manifestantes de Salvador para Brasília. As suspeitas dos investigadores recaem sobre a possível utilização de recursos provenientes de uma vaquinha ou a participação de um terceiro, conhecido como laranja, visto que o responsável não teria condições financeiras para arcar com o aluguel do veículo.
A Polícia Federal identificou as impressões digitais do indivíduo detido em uma das janelas de vidro do Salão Negro do Congresso Nacional, que foi danificada durante os ataques golpistas.
Essa operação teve autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que também determinou o bloqueio de R$ 40 milhões em bens, ativos e valores dos investigados.
A PF destacou que os crimes em investigação envolvem a possível abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
A Operação Lesa Pátria foi iniciada logo após os eventos de 8 de janeiro e permanece em curso, com atualizações regulares sobre mandados judiciais emitidos, indivíduos detidos e foragidos.
Em Rondônia, durante a ação desta segunda-feira, autoridades federais apreenderam um arsenal sob posse de um policial militar alvo da operação. As investigações afirmam que todas as armas estão devidamente registradas.
Esta operação da PF teve origem em quatro frentes de investigação abertas após os eventos de 8 de janeiro. Uma delas visa os possíveis autores intelectuais, incluindo ações ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Outra frente concentra-se em mapear os financiadores e responsáveis pela logística do acampamento e transporte de apoiadores para Brasília.
O terceiro foco da investigação abrange os responsáveis pelos atos de vandalismo. As autoridades investigativas procuraram identificar e individualizar a conduta de cada indivíduo envolvido na depredação dos edifícios da capital federal, que foram denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
A quarta linha de investigação procura por autoridades que possam ter sido omissas durante os eventos de 8 de janeiro, facilitando assim a atuação dos golpistas.
Fonte: Folha de São Paulo.
