Nota | Constitucional

Erro Judicial: Professora é detida injustamente por crime ocorrido quando era menor de idade

No semiárido de São Francisco, município no interior da Paraíba, um representante da Caixa Econômica Federal, que atuava no Mercadinho Vieira, foi coagido a realizar oito transferências de R$ 1 mil cada, sob ameaça de morte, em setembro de 2010. Os desdobramentos desse caso recentemente recaíram sobre a professora Samara, de 23 anos, que lecionava …

Foto reprodução: Amodireito.

No semiárido de São Francisco, município no interior da Paraíba, um representante da Caixa Econômica Federal, que atuava no Mercadinho Vieira, foi coagido a realizar oito transferências de R$ 1 mil cada, sob ameaça de morte, em setembro de 2010. Os desdobramentos desse caso recentemente recaíram sobre a professora Samara, de 23 anos, que lecionava em Rio Bonito, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

A surpreendente prisão de Samara, ocorrida há sete dias no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, Zona Norte do Rio, revelou uma falha crucial do Ministério Público e da Justiça da Paraíba. Ao expedir o mandado de prisão, não foi considerado o fato de que a jovem tinha apenas 10 anos na época do crime, tornando-a inimputável perante a lei.

De acordo com o Censo do IBGE de 2023, São Francisco conta com 3.137 habitantes. O crime, ocorrido em 2010, envolveu o funcionário do mercadinho que, sob ameaças, realizou transferências para sete contas bancárias. Investigações posteriores revelaram que se tratava de um golpe, com três das contas, totalizando R$ 3 mil, bloqueadas. Os titulares das contas, Cirlene de Souza e Josina Padilha, foram condenadas a cinco anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto.

Ricardo Campos dos Santos e Samara, ausentes na localização inicial, tiveram a Justiça suspender o processo para evitar a prescrição do crime. A prisão de Samara foi decretada em 20 de janeiro deste ano. Entretanto, a jovem, nascida e criada em Rio Bonito, foi erroneamente detida por uma semana. A família mobilizou-se para corrigir o equívoco, e o juiz Rosio Lima de Melo, da 6ª Vara Mista de Sousa, reconhecendo o erro, expediu o alvará de soltura.

A família aguarda ansiosamente a liberação de Samara, enquanto a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio a retirou da cela coletiva, aguardando o alvará de soltura. O Ministério Público e a Justiça da Paraíba, procurados para comentar sobre o incidente, não forneceram resposta até o momento. O pai, Simario Araújo, permanece ao lado da filha, buscando provar sua inocência e superar o impacto causado pela detenção indevida.

Fonte: Amodireito.