A agência de publicidade sediada na cidade de Xi’an, na província chinesa de Shanxi, adotou uma medida singular para promover demissões voluntárias entre seus colaboradores. A empresa transferiu sua sede de forma inesperada para uma área rural nas montanhas Qinling, caracterizada por limitadas opções de acesso.
A mudança abrupta foi notificada aos funcionários por meio de comunicado, informando que o novo endereço remoto exigiria uma viagem de duas horas de carro, considerando apenas o trajeto de ida. Os colaboradores sem veículo próprio enfrentavam a necessidade de utilizar um ônibus com frequência de três horas, seguido por uma caminhada de três quilômetros em trilhas nas montanhas para alcançar o novo escritório.
Um ex-funcionário, identificado como Chang, relatou ao periódico South China Morning Post que a empresa não arcava com o custo da corrida de táxi da estação ferroviária mais próxima até a nova sede, estimada em cerca de 60 yuans (aproximadamente R$ 39). Adicionalmente, o local carecia de comodidades básicas, exigindo viagens a uma aldeia próxima para a utilização de banheiros públicos. A presença significativa de cães soltos na região também tornava a permanência ao ar livre, especialmente à noite, perigosa.
Apesar das inúmeras reclamações dos funcionários, a diretoria da agência de publicidade não tomou providências. Como resultado, 14 dos 20 colaboradores, incluindo Chang, solicitaram demissão.
O jornal South China Morning Post destacou que, surpreendentemente, apenas quatro dias após as demissões, a empresa retomou as operações na sede original em Xi’an e iniciou um processo seletivo. Diante da repercussão negativa, a empresa negou as alegações, ameaçando processar os ex-funcionários por calúnia. Um representante da empresa justificou a mudança, alegando que o escritório original estava passando por reformas e utilizaram temporariamente uma residência familiar por uma semana, devido ao elevado custo do aluguel no Central Business District em Xi’an.
Fonte: Amo direito.