Em um episódio que chamou a atenção no Supremo Tribunal Federal (STF), o desembargador aposentado Sebastião Coelho foi detido pela Polícia Judicial na terça-feira (25), sob a acusação de desacato e ofensas ao tribunal. A detenção ocorreu por ordem do presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, que determinou a lavratura do boletim de ocorrência. Após o registro da infração, Coelho foi liberado.
O incidente ocorreu durante o início da sessão que analisa a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete pessoas. Sebastião Coelho, que atua como advogado de Filipe Martins, ex-assessor da presidência citado pela PGR no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, não é parte formal na denúncia, já que Martins ainda não é réu no caso.
A confusão começou quando Coelho tentou acessar o plenário principal do STF sem o credenciamento prévio exigido pelo tribunal para advogados que desejam acompanhar as sessões presencialmente. Ao ser impedido de entrar e orientado a se dirigir ao auditório da 2ª turma, Coelho teria gritado e interrompido a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes. Diante da perturbação, foi contido pela segurança e conduzido para o registro da ocorrência.
Além do incidente com o advogado, parlamentares bolsonaristas também enfrentaram dificuldades para acessar o plenário. O líder da oposição na Câmara, deputado Zucco, e o deputado Zé Trovão chegaram ao STF após o início da sessão e, assim como Coelho, foram inicialmente direcionados ao auditório da 2ª turma. Após autorização do ministro relator, puderam acompanhar os trabalhos na 1ª turma.
