O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Roberto Barroso, abordou nesta quarta-feira (17/01) a crescente complexidade dos desafios relacionados à segurança pública e violência na América Latina, enfatizando a necessidade de inclusão dessas questões na pauta progressista.
Durante sua participação no painel intitulado “A Key Moment for Latin America” no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, Barroso observou que o pensamento progressista frequentemente negligenciou a problemática da segurança, atribuindo-a primariamente à pobreza e desigualdade.
O ministro destacou que, embora seja fato que a pobreza demanda atenção, é imperativo reconhecer que a segurança pública é uma necessidade universal, inclusive para os estratos sociais menos favorecidos, reconhecendo que houve atrasos nesse aspecto.
Barroso contextualizou a situação na América Latina, apontando para problemas crônicos como pobreza, desigualdade e a ausência de estímulo à educação. Além disso, ele identificou elementos históricos compartilhados na região, como o passado colonial, a escravidão e a apropriação privada do espaço público por elites extrativistas, frequentemente associadas à corrupção.
No âmbito positivo, o presidente do STF ressaltou as potencialidades da América Latina, como sua liderança na área ambiental. Ele enfatizou que a região, com sua abundante biodiversidade, vastos recursos hídricos e a Amazônia como a maior armazenadora de carbono do mundo, pode desempenhar um papel crucial na liderança ambiental global.
Barroso também destacou a convivência pacífica entre os países latino-americanos, apesar de eventuais contratempos, e observou que, na maioria das nações, a democracia tem prevalecido, mesmo diante das dificuldades enfrentadas por países como Brasil, México, Colômbia, Argentina e Chile, que conseguiram preservar suas institucionalidades democráticas.
Fonte: Amo Direito.