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China faz solicitações diplomáticas e judiciais para que EUA e outros países devolvam pandas

China planeja repatriar seus pandas que estão em zoológicos nos Estados Unidos e no Reino Unido, marcando uma possível mudança na “diplomacia do panda” chinesa

Rony Torres

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A China planeja repatriar seus pandas que estão em zoológicos nos Estados Unidos e no Reino Unido, marcando uma possível mudança na “diplomacia do panda” chinesa. Três pandas do Zoológico Nacional de Washington devem retornar a Pequim até 7 de dezembro, quando expira o contrato de empréstimo. Isso deixará os EUA com apenas quatro pandas, localizados no Zoológico de Atlanta, com a possibilidade de também partirem no próximo ano sem um novo acordo.

O Reino Unido também perderá seus dois últimos pandas em dezembro, enquanto a Austrália pode seguir o mesmo destino no próximo ano, caso um acordo não seja prorrogado. A ausência de pandas nos EUA seria inédita desde 1972 e pode sinalizar a insatisfação chinesa com as relações ocidentais. Os pandas têm sido símbolos das relações sino-americanas desde então, quando o presidente Richard Nixon recebeu dois deles como presente.

A China tem utilizado pandas como parte de sua estratégia de “diplomacia do panda”, oferecendo ou emprestando esses ursos para construir laços com outros países. A decisão de repatriar os pandas pode ser interpretada como um sinal de descontentamento com a deterioração das relações sino-ocidentais nos últimos anos.

As saídas dos pandas também afetam financeiramente os zoológicos, pois esses animais são atrações populares para os visitantes. A China agora exige que os países que abrigam pandas mantenham boas relações com o país, ameaçando retirar os pandas se isso não acontecer.

Há indícios de que a prática da “diplomacia do panda” possa estar chegando ao fim, pois a população global de pandas foi rebaixada de “em perigo” para “vulnerável”, tornando a conservação dessas espécies menos urgente. Além disso, alguns países devolveram pandas devido a dificuldades em atender às necessidades alimentares específicas desses animais, como o Canadá, que teve problemas para obter bambu para alimentar os pandas.

Embora a China esteja repatriando pandas de alguns países, continuará a emprestar pandas para fins de pesquisa e cooperação internacional. O presidente chinês presenteou o presidente russo, Vladimir Putin, com dois pandas gigantes em 2019 como parte de um programa de pesquisa conjunto, demonstrando que os pandas ainda desempenham um papel nas relações diplomáticas sino-estrangeiras.

RONY DE ABREU TORRES

Rony Torres é graduado em Direito pelo Centro Universitário Santo Agostinho. Advogado, Pesquisador do Tribunal Penal Internacional, Diretor jurídico do grupo Eugênio, Especialista em direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela Faculdade Damásio de Jesus, Pós graduado em Direito Constitucional e administrativo pela Escola Superior de Advocacia do PI, Especialista em Direito Internacional pela UNIAMERICA, pós-graduado em Direito Penal e Processo Penal pela ESA-PI, graduando em advocacia trabalhista e previdenciária pela ESA-MA