
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem seu nome ligado a emendas parlamentares que financiaram obras posteriormente investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por suspeita de desvio de recursos. Desde 2015, pelo menos duas operações apuraram irregularidades em projetos custeados com esses repasses.
Uma dessas investigações, a Operação Desumanidade, analisou desvios na construção de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) financiadas, em parte, por emendas de Motta. Na época, um empresário delatou que parte dos valores teria sido utilizada na campanha eleitoral do deputado em 2014, mas o acordo de colaboração nunca foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e o caso acabou arquivado sem que Motta fosse investigado.
Mais recentemente, em setembro de 2024, outra obra financiada por emenda do parlamentar foi alvo de nova operação do MPF, mas, até o momento, ele não figura como investigado. Paralelamente, Motta atua para viabilizar a liberação de emendas parlamentares, tema que ganhou destaque após o ministro Flávio Dino suspender pagamentos e exigir mais transparência nesses repasses.
O caso reacende o debate sobre o controle e a fiscalização do uso de emendas parlamentares, especialmente em obras públicas, e reforça a necessidade de maior transparência na destinação desses recursos.