
Durante o julgamento do núcleo 2 da trama golpista nesta terça-feira (22/04), o ministro Alexandre de Moraes negou atuar como vítima, relator e julgador ao mesmo tempo, como alegam críticos. Ele rejeitou a narrativa disseminada por “milícias digitais” que o acusam de parcialidade e explicou que a denúncia em análise não diz respeito a ameaças pessoais, mas a ataques coordenados contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
Moraes enfatizou que o Código de Processo Penal (CPP) não permite que o investigado escolha o juiz do caso, afastando a hipótese de impedimento. “Seria muito fácil para qualquer investigado ameaçar o juiz para que este se afastasse do processo”, afirmou. Segundo ele, os fatos investigados dizem respeito ao funcionamento institucional do Judiciário, e não a questões pessoais envolvendo seu nome.
O ministro alertou ainda para o risco institucional de que ameaças ou falsas narrativas influenciem o andamento de julgamentos na Corte. Para Moraes, permitir que ministros sejam afastados por pressão de investigados comprometeria a integridade do STF. “Se essa lógica prevalecesse, bastaria ameaçar todos os ministros até que nenhum pudesse julgar. Seria o esvaziamento do Supremo”, concluiu.